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quarta-feira, maio 29
![]() Bom feriado pra todos! Deixo o Degas aí de cima em suspenso, prá falar na volta. Pro povo do Rio: já já vou estar aí. Por aqui ficam os arquivos, e a Radio Giulieta pra quem quiser espiar. Até a volta!
Achei este poema lá no Dizem, e me lembrei de um episódio engraçado: Quando eu tinha lá meus onze ou doze anos, escrevia poemas e desenhava nos ovos, assim cada vez que alguém da casa fosse abrir a geladeira, ou fazer uma omelete, dava de cara com uma estrofe, ou um desenho interessante. Trechos dos Cânticos, da Cecília Meirelles, estavam sempre por lá. Será que isso pode ser classificado como um pré-blog?
VI Tu tens um medo: Acabar. Não vês que acabas todo o dia. Que morres no amor. Na tristeza. Na dúvida. No desejo. Que te renovas todo o dia. No amor. Na tristeza. Na dúvida. No desejo. Que és sempre outro. Que és sempre o mesmo. Que morrerás por idades imensas. Até não teres medo de morrer. E então serás eterno. Cecília Meireles terça-feira, maio 28
![]() A Maria Vieira da Silva Deito-me à sombra dos meus cabelos. Floresta que será branca, cheia de vozes e recordações. As pessoas? - amados tempos! Os tempos? - amadas pessoas! Sob esta floresta vai-se-nos a vida. Por dentro dela cantamos, pensamos. Sofremos. E tudo, por fim, adormecerá, tudo, sob a mesma floresta. Grandes ventos terão passado. Para as raízes, o nome das coisas é outro. Se então sonhássemos, não seria alegre nem melancólico: na verdade, há uma outra claridade, completamente divina, sobre esses sonhos profundos. Das tempestades, resta somente a luz. Todos os rumores são cânticos. E evaporam-se em bailes aéreos os velhos perfis sombrios das emboscadas. Cecília Meirelles. Para o Mauricio, que fez a enorme gentileza de me mandar um dos poemas que Cecília Meirelles fez para Maria Helena Vieira da Silva, no período em que a pintora portuguesa viveu com seu marido, Arpad Szènes, no Brasil. segunda-feira, maio 27
domingo, maio 26
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