Hoje é aniversário de Bertinho, amigo dos grandes, dos melhores. Homem lindo, dos olhos de misterio, amigo querido e o responsável por esse espaço aqui existir. Felicidade, amigo, alegria, amor e beleza pra você, que é pra isso que a gente vive.

Lasar Segall e Otto Dix - imagens da guerra, exposição tocante que reuniu obras desses dos dois artistas com influência expressionista, em suas visões de guerra. Apresentando caminhos e poéticas bastante diferentes, os dois artistas trazem um pouco dos horrores da guerra, da mesma forma terrível e contundente. A começar pela escolha de materiais - Segall em aquarelas e Dix em gravuras em metal, com seu negro intenso - os caminhos são tão fortes quanto diversos.

Otto Dix participa da guerra de forma mais direta, chegando mesmo a servir no front. Suas gravuras também mostram a guerra de forma mais exposta. Suas imagens são mais literais, terríveis em sua exposição clara da morte. Com traços cheios e expressivos, chegam a beirar as ilustrações, também por sua estrutura quase narrativa.

Já as imagens de Segall são mais orgânicas. Com traços muito mais limpos, as imagens se apresentam de forma notadamente sintética. Sua força está incrivelmente concentrada nestes traços limpos e fortes e na escolha por áreas de cor. Seu foco, além disso, está na figura humana, e é disso que suas aquarelas, assim como grande parte de sua obra, falam: do Homem, em primeiro lugar, neste caso em sua miséria e sob impacto causado pela guerra. A imagem da mãe cadavérica amamentando uma criança é impressionante, e guarda, mesmo em sua terrível representação, espaço para certo lirismo.

Seja qual for a escolha póetica, os trabalhos dos dois artistas nos levam imediatamente à questão da violência e estupidez da guerra. Ou mais ainda - em frase do próprio Dix - é importante atentar para os horrores da guerra para pensar mais sobre o ser humano, e suas fraquezas.