Papo sobre arte e cachorros






Email



Moma
Gravura
Metropolitan Museum of Art
National Gallery of Art
Masp
Instituto Cultural Itau
Artcyclopedia
Artchieve
CGFA
Artmagik
Photo
Photoarts
Masters of Photography
Antonio Carlos Jobim
Casinha de Cachorro
Vira-lata
Registro de Animais Domesticos

Afrodite sem Olimpo
Ana by Ana
Blogzzzz
Blogpop
Bonnie & Clyde
Blowg
Blow up
Cinefilia
Comunicando com Arte
ComVerso
Dizem
Estrelinha
Eu no meio do mundo
Faerie
Gata das Pantufas
Gente
Gui
Historias, Estorias e Afins
Imbloglios
Intenetc
Interney
Lemniscata
Livro dos Prazeres
Maffalda
Mostly Music
Mui Gats
Olimpo
Omnirya
Paginas intimas
Periplus
Posta Restante
Reporter Mosca
Rompe Nuvem
Rosa
So pra variar
Sub Rosa
Taperouge
Turista Acidental
Udigrudi
Universo Umbigo
Versar
Weno
Wumanity
Zel










 


segunda-feira, setembro 19

Os assuntos daqui, misturados a outro rio, agora desaguam aqui:

www.janelaproceu.blogspot.com

Assim que der, eu volto a dar atenção pra este espaço.



domingo, maio 30


View of the Domaine Saint-Joseph, late 1880s



Cézanne sempre é bom estímulo pra voltar.
Um dos mais importantes pintores para a arte moderna, Paul Cézanne traz sobretudo, a marca de inovador de conceitos sobre pintura. Ainda que de forma indireta, irá influenciar toda a arte realizada a seguir, seja na leitura sintético geométrica feita pelo cubismo, ou no enfoque dado à linha.

O primeiro interesse em Cezanne aparece no tratamento dado às formas. O pintor acreditava que todas as formas da natureza, em última análise, podem ser simplificadas até que se chegue às formas volumétricas básicas da geometria: a esfera, o cubo, o cone e a pirâmide. Não chega à radicalização de Picasso e Braque, mas certamente é a indicação fundamental para as pesquisas cubistas. Desta forma, é possível identificar árvores que se apresentam cônicas, braços como cilindros, montanhas piramidais e frutas, onde o estudo da luz na esfera que representam difere da tradicional representação de um foco que determina as sombras. A luz não parece vir de algum lado, mas brotar de dentro do próprio objeto.


Ainda outra importante inovação, talvez mais discreta à primeira vista, é a inserção da linha como objeto construtivo da pintura. Em lugar de trabalhar apenas com as linhas que aparecem do contraste entre as formas, ou cores, ele a desenha, afirmativa, como um contorno preto que define os limites entre os objetos. Essa inserção permite a presença da linha, tradicionalmente associada ao desenho, dentro da pintura, como elemento construtivo, como se pode ver na pintura abaixo.




Maçãs, 1878–79



sexta-feira, setembro 26



A sensação imediata é de deslumbramento. Não se sabe exatamente de onde vem a luz, que tipo de brilho estranho suspende a respiração. Numa espécie de constelação de objetos de prata, Cornélia Parker acerta a mira em Thirty pieces of silver, também presente na exposição de arte britânica na oca. Misturando referências bíblicas, como o valor da traição de Judas(as tais trinta moedas a que o título, ambíguo, faz referêcia) e lembranças da infância em que esmagava tampinhas de refrigerante, a obra é puro deleite para os olhos. Peças de prata amassadas, processadas por um rolo compressor. Não confie na fotografia, a surpresa ao vivo vale a visita, a boa surpresa reservada para o final, como aquela sobremesa esperada na infância








quinta-feira, agosto 7




Acima, Cecil Court W.C.2 (The Refugees), R.B.Kitaj. Pintura vibrante deste pintor judeu que retrata uma rua do bairro onde morava, com figuras conhecidas e amigos, na imagem de refugiados, figuras de gueto, minorias. As cores de Kitaj são espetaculares e emblemas de resistência espiritual. Há também uma espécie de inspiração em série de quadros sobre "a rua", do pintor Balthus, fruto da recente visita do artista à sua exposição.

Imperdível, para ver ao vivo e em todas as cores na Oca, Ibirapuera, na exposição da Tate Modern.







segunda-feira, julho 28


The Studio I, 1954, Alberto Giacometti

"Não se aborda uma obra de arte - quem duvida? – como se aborda uma pessoa, um ser vivo ou outro fenômeno natural. Poema, quadro, estátua, exigem exame com um número de qualidades preciso. Mas passemos aos quadros.
Nenhum rosto vivo facilmente se revela, e contudo basta um pequeno esforço para descobrir-lhe o significado. Penso – arrisco eu -, penso que o importante é isolá-lo. Só quando o meu olhar o destaca de tudo em redor, só quando o meu olhar (a minha atenção) impede esse rosto de se confundir com o resto do mundo evandindo-se numa infinitude de significações cada vez mais vagas, exteriores a si, ou quando, pelo contrário, obtenho a necessária solidão pela qual o meu olhar o recorta do mundo, então somente o significado deste rosto – pessoa, ser ou fenômeno – afluirá, condensando-se. Quero eu dizer, o conhecimento de um rosto, a pretender-se estético, tem que refutar a história.
Para analisar um quadro são precisos maior esforço e uma complexa operação. Foi realmente o pintor – ou o escultor – quem por nós realizou essa dita operação. Assim nos é restituída a solidão do personagem ou objeto representados e nós, que olhamos, para a compreendermos e sermos por ela tocados, devemos ter experiência não da continuidade mas sim da descontinuidade do espaço.
Cada objeto cria seu espaço infinito.
Como disse, se olho um quadro, percebo-o na sua absoluta solidão de objeto enquanto quadro. Mas isso não me preocupa. O que interessa é o que a tela deve representar. Aquilo que eu pretendo decifrar nessa solidão é simultaneamente a imagem sobre a tela e o objeto (tela, moldura, etc), a fim de subtraí-lo à imensa família da pintura (mesmo que a devolva mais tarde) e a imagem sobre a tela estabelecer ligações com a minha experiência do espaço, com o meu conhecimento da solidão dos objetos, dos seres e dos aconteciementos, como acima me referi."


O estúdio de GiacomettiJean Genet



quarta-feira, junho 25




Filme para ver e ouvir.

Num delicado documentário, João Moreira Salles nos transporta para um pouco da vida deste espetacular pianista. Mais do que isso, o filme abre um espaço para um pequeno vislumbre, quase um salto, para a relação tão especial entre este Homem e a música. Difícil não imaginar generosa a atitude de dividi-la conosco.

Para quem gosta de piano, de música, uma viagem obrigatória.
E para quem já o viu, ao vivo, emoção certa. E vontade de rever.





terça-feira, junho 24



Hills, South Truro, Edward Hopper



segunda-feira, junho 16



Lasar Segall, Homem e mulher.

"O silencio prolongava-se, e de repente senti junto a minha tempora, aos meus cabelos, o contato frio do ferro. Os senhores perguntam: tinha eu realmente esperanças de me salvar? Eu lhes respondo, como se estivesse diante de Deus: nao tinha nenhuma esperança, a nao ser talvez por uma chance em mil. Por que entao aceitava a morte? E eu pergunto: de que me serviria a vida depois de ter um revolver empunhado contra mim por uma criatura que eu adorava? Alem do mais, eu sabia, com todas as forças do meu ser, que naquele mesmo instante travava-se uma luta entre nos, um duelo terrivel de vida ou morte, o duelo do mesmo covarde de outrora, expulso pelos companheiros por sua covardia. Eu sabia disso, e ela também sabia, caso tenha adivinhado a verdade, isto é, que eu nao estava dormindo."

Fiodor Dostoévvski, Uma criatura docil.




sexta-feira, junho 13









arruda