|
segunda-feira, setembro 19
Os assuntos daqui, misturados a outro rio, agora desaguam aqui:
www.janelaproceu.blogspot.com Assim que der, eu volto a dar atenção pra este espaço. domingo, maio 30
View of the Domaine Saint-Joseph, late 1880s Cézanne sempre é bom estímulo pra voltar.
Maçãs, 1878–79 sexta-feira, setembro 26
A sensação imediata é de deslumbramento. Não se sabe exatamente de onde vem a luz, que tipo de brilho estranho suspende a respiração. Numa espécie de constelação de objetos de prata, Cornélia Parker acerta a mira em Thirty pieces of silver, também presente na exposição de arte britânica na oca. Misturando referências bíblicas, como o valor da traição de Judas(as tais trinta moedas a que o título, ambíguo, faz referêcia) e lembranças da infância em que esmagava tampinhas de refrigerante, a obra é puro deleite para os olhos. Peças de prata amassadas, processadas por um rolo compressor. Não confie na fotografia, a surpresa ao vivo vale a visita, a boa surpresa reservada para o final, como aquela sobremesa esperada na infância quinta-feira, agosto 7
Acima, Cecil Court W.C.2 (The Refugees), R.B.Kitaj. Pintura vibrante deste pintor judeu que retrata uma rua do bairro onde morava, com figuras conhecidas e amigos, na imagem de refugiados, figuras de gueto, minorias. As cores de Kitaj são espetaculares e emblemas de resistência espiritual. Há também uma espécie de inspiração em série de quadros sobre "a rua", do pintor Balthus, fruto da recente visita do artista à sua exposição.
segunda-feira, julho 28
The Studio I, 1954, Alberto Giacometti "Não se aborda uma obra de arte - quem duvida? – como se aborda uma pessoa, um ser vivo ou outro fenômeno natural. Poema, quadro, estátua, exigem exame com um número de qualidades preciso. Mas passemos aos quadros. Nenhum rosto vivo facilmente se revela, e contudo basta um pequeno esforço para descobrir-lhe o significado. Penso – arrisco eu -, penso que o importante é isolá-lo. Só quando o meu olhar o destaca de tudo em redor, só quando o meu olhar (a minha atenção) impede esse rosto de se confundir com o resto do mundo evandindo-se numa infinitude de significações cada vez mais vagas, exteriores a si, ou quando, pelo contrário, obtenho a necessária solidão pela qual o meu olhar o recorta do mundo, então somente o significado deste rosto – pessoa, ser ou fenômeno – afluirá, condensando-se. Quero eu dizer, o conhecimento de um rosto, a pretender-se estético, tem que refutar a história. Para analisar um quadro são precisos maior esforço e uma complexa operação. Foi realmente o pintor – ou o escultor – quem por nós realizou essa dita operação. Assim nos é restituída a solidão do personagem ou objeto representados e nós, que olhamos, para a compreendermos e sermos por ela tocados, devemos ter experiência não da continuidade mas sim da descontinuidade do espaço. Cada objeto cria seu espaço infinito. Como disse, se olho um quadro, percebo-o na sua absoluta solidão de objeto enquanto quadro. Mas isso não me preocupa. O que interessa é o que a tela deve representar. Aquilo que eu pretendo decifrar nessa solidão é simultaneamente a imagem sobre a tela e o objeto (tela, moldura, etc), a fim de subtraí-lo à imensa família da pintura (mesmo que a devolva mais tarde) e a imagem sobre a tela estabelecer ligações com a minha experiência do espaço, com o meu conhecimento da solidão dos objetos, dos seres e dos aconteciementos, como acima me referi." O estúdio de Giacometti – Jean Genet quarta-feira, junho 25
Filme para ver e ouvir.
terça-feira, junho 24
Hills, South Truro, Edward Hopper segunda-feira, junho 16
Lasar Segall, Homem e mulher. "O silencio prolongava-se, e de repente senti junto a minha tempora, aos meus cabelos, o contato frio do ferro. Os senhores perguntam: tinha eu realmente esperanças de me salvar? Eu lhes respondo, como se estivesse diante de Deus: nao tinha nenhuma esperança, a nao ser talvez por uma chance em mil. Por que entao aceitava a morte? E eu pergunto: de que me serviria a vida depois de ter um revolver empunhado contra mim por uma criatura que eu adorava? Alem do mais, eu sabia, com todas as forças do meu ser, que naquele mesmo instante travava-se uma luta entre nos, um duelo terrivel de vida ou morte, o duelo do mesmo covarde de outrora, expulso pelos companheiros por sua covardia. Eu sabia disso, e ela também sabia, caso tenha adivinhado a verdade, isto é, que eu nao estava dormindo."
sexta-feira, junho 13
|
|